sexta-feira, 29 de junho de 2012

Como a agilidade nos deslocamentos e giros é importante na dança do ventre.



Já foi o tempo que dançávamos apenas num ambiente pequeno, com o público ao nosso redor, não sendo necessário grandes deslocamentos, giros e novos desenhos no espaço.
Como já disse: foi o tempo! Não há como negar a transformação e a ocidentalização da dança do ventre, porque hoje ela é uma dança praticada nos palcos além dos restaurantes e casas de chá.

Por que isso aconteceu? Todas as bailarinas e alunas sabem utilizar o espaço de forma cênica? Conseguem deslocar coreograficamente?

Tudo isso aconteceu graças ao Mahmoud Reda, porque foi o primeiro a pensar na dança do ventre com um espetáculo cênico realizado em um palco. Isso não era a realidade do Oriente, ainda não é se analizarmos melhor alguns países, mas a partir do trabalhodesse coreógrafo, criou-se a Dança Oriental, que é a dança do ventre com mais detalhes, desenhos novos de deslocamento, braços e pernas e passos agregados das danças ocidentais. Claro que o Reda estudou e colocou o folclore árabe nesse contexto, não podemos esquecer disso.

A primeira mudança foi a do espaço cênico: das casas, dos bares e restaurantes para o palco!

E dele surgiram os/as bailarinos/as que conhecemos hoje que vieram desse momento e aprimoraram as técnicas do Reda. Como a Raqia Hassan, Yousry Sharif, Gamal Seif,considerados mestres que devemos estudar, estudar e estudar!

Além do mais, o espaço é além daquele que reconhecemos, porque há espaço no nosso corpo, há o espaço do colega que divide a aula e uma coreografia comigo e etc, como o Ivaldo Bertazzo diz:

"O corpo é um volume no espaço e o movimento modifica as relações dentro desse volume sem desfazê-lo. Por várias razões, acabamos perdendo as sensações de tridimensionalidade do gesto, ou nem chegamos a construí-lo".

Por experiência própria é super delicado e ao mesmo tempo complicado iniciar a aluna, que nunca dançou na vida, com as noções de espacialidade e colocá-la para dançar num palco, já que ensinar os passos básicos toma todo o tempo do mundo. Mas tente se concentrar o máximo nas aulas de giros deslocados, de eixo e deslocamentos que incluem troca de lugar com as colegas da turma, tente melhorar o exercício a cada aula, tente ficar mais e mais rápida e ágil, deixando sobrar tempo ao invés de faltar.

Quando dançamos para pessoas, temos que ter o cuidade de dar  atenção para todos, por isso o que fazer quando se tem público nos quatros pontos?  Com a bailarina Mahira Hassan, queremos falar de um detalhe a mais: o que fazer quando se tem público nos quatros pontos?
Para isso escolhemos o vídeo da bailarina Nájwa Zaidan dançando no Shangrila House, escola da Lulu Sabongi. Observe como ela entra e atende aos quatros pontos com giros e deslocamentos. Mas o que fazer depois? Brinque como ela. Em alguns momentos suas poses dão mais atenção para um lado, ora vocêcaminha, enfim, é o seu momento tão próximo do público que você não deve se sentir intimidada. Sinta-se em casa, entregue-se à música porque aquelas pessoas estão ali para te prestigiar
Namastê!

Nenhum comentário:

Postar um comentário