quarta-feira, 16 de outubro de 2013

"A Expressão na Dança do Ventre"


Um dos maiores enclaves na dança do ventre é visível.  Logo aos primeiros momentos de uma apresentação: a expressão facial que a bailarina assume quando executa os movimentos.
Quantas vezes vemos bailarinas dançando inexpressivamente, independente de como se desenvolvem os ritmos, as paradas e retomadas,  aberturas e grand finales. Sua técnica pode ser  desenvolvida, mas não cativa seu público e seu espetáculo mais parece pura demonstração de agilidade corporal.
A música é, antes de tudo, uma manifestação de sentimento.  O artista é o expert em expressar  sentimentos, crenças e sensações. Quem dança tem que saber interpretar, à seu modo essa manifestação.  Só que o movimento , sem a expressão facial condizente, denota amadorismo, tensão e insegurança para incorporar a música.
A bailarina pode ser ótima técnicamente, mas se seu rosto não traduz emoção, sua dança fica comprometida. O público divaga e o espetáculo perde a força.
Esqueça os aplausos por enquanto.  Seja realista e deixe de lado as fantasias acerca de seu conhecimento e experiência. O público vai apreciar isso ou não com o tempo.  Tenha  em mente a idéia de que somos  eternas aprendizes. 
 Sua expressão deverá alterar-se ao longo do tempo, sempre buscando o equilíbrio.
  Imagine uma dança onde você vai observar somente a expressão facial .  Temos um gráfico para tentar ilustrar essa hipótese:
Rosto Impassível (inexpressivo)Sorriso constanteEQUILÍBRIO harmonia com a músicaSorriso exagerado "Caras e Bocas" (vulgaridade)
Repare que o ponto de equilíbrio da música-dança-expressão facial com a música possui é o espaço rosa;
 os opostos são os fatores que tornam a dança "caricata".
A harmonia visual da bailarina profissional é fator tão importante quanto a dança em sí. 
Mas por que falar da expressão facial na dança do ventre ?  Na verdade, esse aspecto é negligenciado pela maioria daquelas que aprendem, praticam ou passam a informação do aprendizado adiante, percebemos que o público torna-se cada dia mais exigente, e apto a avaliar a  dança  visando a qualidade como condição essencial.  Esse fator passará a ser uma exigência nos próximos anos.
Em poucas palavras: "quando você dança deve incorporar a música".  
Aquelas que conseguem fazer esta fusão de forma "natural", conseguem interpretar como verdadeiras artistas sua arte.  Assim, acordam no  público, sentimentos adormecidos e oferecem aos expectadores um mundo encantador.. A presença de palco nada mais é do que a habilidade de coordenar sua técnica com a perfeita expressão ao dançar espalhando a divina energia da arte por todo o ambiente.
Experimente isto e receba a recompensa por seu esforço: olhos brilhantes e o sorriso que toda bailarina procura ao final de sua apresentação estarão lá esperando por você!


* Interpretado por Flavia Oliveira-Baseado no livro de Jorge Sabongi.

3 comentários:

  1. Adorei o texto :) Concordo e estou apreendendo a cada dia a me superar em relação a isso e me expressar de acordo com o que a música está me fazendo sentir. Só tenho que tomar cuidado, pois ás vezes me empolgo e posso passar a imagem de "exibida". Na realidade não sei se isso é bom ou ruim, pois antes transmitir muita "autoconfiança" do que não transmitir "nada" ao público.

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  2. Não te respondi por aqui, porque queria que você sentisse na aula de expressão.
    Mas sem dúvidas que a dança sem interpretação é como a comida sem sal!

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